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12 agosto, 2016

O garoto da touca (Parte 3)



 Chegar atrasada na faculdade já virou a coisa mais normal do mundo, minha amiga e eu saímos tarde do trabalho então sempre que entramos na sala de aula tem aquela bendita emoção de todos olharem pra nossa cara, e pra piora a situação sempre chegamos juntas e quando faltamos normalmente é sempre no mesmo dia , então além de nos chamarem de turistas alguns ainda acham que temos um caso, vê se pode.

    A aula estava chata, era filme, legendado, e com muito sangue, aquele tipo que você só precisa de 5 minutos olhando para tela  pra já estar morrendo de sono e pra piorar, tinha uma garota do nossa lado devorando um quibe, não que eu não goste de quibe mas aquele cheiro estava embrulhando meu estomago e aquilo foi o basta para resolvermos fazer nosso próprio intervalo, já que a professora não pretendia ceder um tempo a isso.
A rotina seria  a mesma, íamos descer , dar uma voltar e subir  pra sala, e nada de mais pelo menos era isso que achávamos.
   Desci pensando em esbarrar no tal Zé Cabelinho, mas o semestre  já havia começado a tanto tempo, e eu nunca tinha visto ele lá em baixo, e por mais que ele seja do mesmo prédio , seria muito raro isso acontecer. Vi ele apenas dois dias ,a primeira no 7º andar e no metro e depois  na balada e por mais que eu desejasse muito   o ver, eu nunca que imaginaria que seria logo na segunda-feira, mas foi.
  "Amiga olha ai o Zé Cabelinho", falei com um ar de surpresa misturado com vergonha, mas falei baixo pois ele estava vindo em nossa direção e esse foi a grande causa de tudo, falei baixo demais.
   "NOSSA AMIGA JÁ PENSO A GENTE VÊ O ZÉ CABELINHO... HÁÁÁh". Pelo fato da minha amiga  não ter ouvido o que eu tinha falado, ela simplesmente disse essa incrível frase quase que na cara dele, toda minha surpresa foi embora naquele exato momento, pois a vergonha começou a dominar completamente eu e minha amiga e o primeiro efeito colateral foi a nossa super discreta gargalhada ,esse é outro detalhe básico, ela e eu  não temos uma risada normal, além do barulho de jegue e do olho lacrimejando, começamos a balançar pra frente e pra trás, e a cena fica completamente constrangedora porém inevitável. Depois de muito e muito tempo rindo decidimos que era hora de ir pra sala porém teríamos que subir discretamente por que depois daquele mico eu não estava nenhum pouco afim de esbarrar nele, não durante aquela semana.
Aquela segunda-feira estava emocionante demais para acabar daquele jeito, então logicamente que o destino tinha que fazer alguma coisa e fez.
Ainda vermelha e com sorriso no rosto resolvemos subir, mas antes dei de cara novamente com o Zé, mas dessa vez consegui reparar o quanto ele estava lindo, de regata roxa, sorriso e aquele cabelo intacto como sempre,  o único problema é que ele veio andando em nossa direção, e novamente e eu e minha amiga que somos super normais se assustamos e saímos correndo pra escada, o tenso foi por que ouvimos ele pedindo para os colegas dele acelerar o passo atras da gente. Por conta disso uma das coisas que mais ando desejando são as câmeras daquela faculdade, imagina a cena que bizarro, duas garotas subindo a mil, enfim não me pergunte por que fizemos isso por que até agora não sei.
  O destino anda meio engraçado comigo, todo lugar que vou ele coloca o Zé e pior que nunca to preparada. Depois desse dia eu tenho certeza de algumas coisas. Primeira: estou começando a achar que ele não é tão gay assim , Segundo: pelo que parece essa história ainda vai ter muitas e muitas partes   e Terceira: tenho que parar com essa mania de chamar ele de Zé, por que a coisa já ta ficando caipira  demais.




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